This article examines the view of South America as the Garden of Eden through the lens of three German romantic artists: Johann Moritz Rugendas, Otto Grashof and Carl Alexander Simon. I discuss some of their paintings and drawings of the jungles of Brazil and the forests of Chile, along with notes and entries from their travelogues, to determine the extent to which specific elements from the German Weltanschauung, together with a colonialist gaze, drove their depiction of South America. The general argument is that linkages between South America and paradise raised by German artists throughout the nineteenth century would not have meant a glorification of South American nature, as is usually maintained. On the contrary, they should be read as the conjunction of factors such as racial assumptions prompted by new scientific disciplines, a sense of cultural superiority, and an intense obsession with both the past and an idea of purity projected onto distant lands. This, in turn, would have been part of a series of appropriative discourses concerning regions beyond Europe, put into practice by German romantic explorers of the time. In this fashion, this essay proposes a reoriented interpretation of these artists and their work, challenging the prevalent idea that the development of romantic landscape painting in South America was almost entirely determined by European aesthetic trends such as the sublime and the picturesque.

Este artículo examina la manera en que tres artistas románticos alemanes –Johann Moritz Rugendas, Otto Grashof y Carl Alexander Simon– vieron en América del Sur un nuevo Jardín del Edén. Junto con notas y entradas de sus diarios de viaje, analizo algunos de los cuadros y dibujos que realizaron estos artistas de las selvas de Brasil y los bosques de Chile para determinar hasta qué punto su descripción de América del Sur es un producto de elementos específicos de la Weltanschauung alemana y una mirada colonialista. Contra lo que suele sostenerse, el argumento general de este artículo es que las comparaciones de Sudamérica con el Edén hechas por artistas alemanes a lo largo del siglo XIX no fueron pruebas de una glorificación de la naturaleza sudamericana. Por el contrario, estas deben leerse como una conjunción de factores, como las ideas raciales impulsadas por nuevas disciplinas científicas, un sentido de superioridad cultural y una intensa obsesión tanto por el pasado como por una idea de pureza que se proyectaba sobre tierras lejanas. Esto, a su vez, formaría parte de una serie de discursos apropiativos sobre regiones no europeas puesta en práctica por exploradores románticos alemanes. De esta manera, se propone una interpretación de la obra de los mencionados artistas que cuestiona una idea ampliamente aceptada: que el desarrollo de la pintura de paisajes del romanticismo artístico en América del Sur estuvo determinado casi en su totalidad por tendencias estéticas europeas, como lo sublime y lo pintoresco.

Este artigo examina a visão da América do Sul como o Jardim do Éden através das lentes de três artistas românticos alemães: Johann Moritz Rugendas, Otto Grashof e Carl Alexander Simon. Discuto algumas de suas pinturas e desenhos das selvas do Brasil e das florestas do Chile, juntamente com notas e registros de seus diários de viagem, para determinar até que ponto elementos específicos da Weltanschauung alemã, juntamente com um olhar colonialista, conduziram sua representação da América do Sul. O argumento geral é que as ligações entre a América do Sul e o paraíso levantadas por artistas alemães ao longo do século XIX não teriam significado uma glorificação da natureza sul-americana, como se costuma sustentar. Ao contrário, eles devem ser lidos como a conjunção de fatores como pressupostos raciais induzidos por novas disciplinas científicas, um senso de superioridade cultural e uma intensa obsessão tanto pelo passado quanto por uma ideia de pureza projetada em terras distantes. Isso, por sua vez, teria sido parte de uma série de discursos apropriativos sobre regiões além da Europa, postos em prática pelos exploradores românticos alemães da época. Dessa forma, este ensaio propõe uma reorientação da interpretação desses artistas e de suas obras, desafiando a ideia predominante de que o desenvolvimento da pintura de paisagem romântica na América do Sul foi quase inteiramente determinado por tendências estéticas europeias como o sublime e o pitoresco.

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